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As feridas da alma


Shalom alekhem (שָׁלוֹם עֲלֵיכֶם), instrumento de paz! Que a fé em DEUS e a fé de DEUS se encontrem em você. Que o dom da fé, a palavra da fé, o espírito da fé, o testemunho da fé e as obras da fé sejam o seu compartilhar. Os alicerces definem a estabilidade, resistência e segurança de uma construção. Verifique a qualidade do solo e certifique-se de que seus fundamentos são bons antes de construir. "A memória dos justos é abençoada, mas o nome dos ímpios apodrecerá.” (Provérbios 10:7, NAA) Seja uma bênção.



  1. Alma ferida, ofendida, machucada, carente

  2. Ferida causada pelos outros, por traumas e por si mesmo

  3. Feridas: rejeição, abandono e falta de reconhecimento

  4. Feridas: traição, injustiça, humilhação e abuso

  5. Feridas e temperamentos: evite os extremos e não tire conclusões precipitadas

  6. Feridas não são desculpas para ferir os outros (estar ferido não te isenta de responsabilidade)

  7. Pergunte ao ESPÍRITO SANTO





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(Isaías 1:6, BKJ): " Desde a sola do pé até a cabeça não há solidez nele, porém feridas, hematomas e chagas putrefantes. Elas não têm sido espremidas nem atadas, nem amolecidas com unguento.”


(Salmos 147:3, BKJ): “Ele sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas.



(Isaías 52:13, NVI): “Vejam, o meu servo agirá com sabedoria; será engrandecido, elevado e grandemente exaltado."






1. Alma ferida, ofendida, machucada, carente


Uma lesão física é um dano em qualquer parte do corpo, causado voluntária ou involuntariamente por um agente físico ou químico, pressão, choque, pancada, arma, fogo ou calor. No uso cotidiano, o termo se refere a uma ferida aberta (ruptura da pele ou das mucosas). Por extensão, também designa qualquer dano traumático ao corpo, mesmo que a lesão seja fechada (pele ou mucosa intacta). Por abuso de linguagem, qualquer dano doloroso ao corpo que impeça a realização normal das atividades físicas é chamado de "lesão" (por exemplo, uma lombalgia no caso de um atleta). Em caso de lesão fechada (como uma fratura), o maior risco é a perda total ou parcial da mobilidade. Já na lesão aberta, o risco maior é a infecção bacteriana.


A ferida da alma é um sofrimento emocional e/ou sentimental, consciente ou inconsciente, resultante de uma experiência ruim ou percebida como ruim, esquecida ou constantemente lembrada. Esse sofrimento pode causar um distúrbio afetivo, um problema nos relacionamentos, uma incapacidade ou dificuldade de ser autêntico e florescer em seu relacionamento com DEUS, em seus relacionamentos com os outros ou na autoaceitação (autoestima, reconhecimento do próprio potencial, qualidades, fragilidades, realizações, necessidades e aspirações).

  • Por um lado, a pessoa ferida deseja se proteger de uma nova dor ou evitar reabrir uma ferida já existente: ela pode estar em negação, ser excessivamente controlada, negligente ou estar sempre precisando se defender.  

  • Por outro lado, como não foi curada, sua percepção se torna distorcida, e ela pode perder a objetividade no raciocínio ou reagir de forma desproporcional indo ao extremo ou ao oposto do seu temperamento. O resultado é uma pessoa que fere os outros e/ou a si mesma.


As primeiras feridas geralmente surgem na infância, mas podem acontecer em qualquer idade. Quando não tratadas:

  • As feridas distorcem o caráter e afetam negativamente os relacionamentos. E aqui, relacionamentos incluem o nosso com DEUS, com nós mesmos e com os outros. Em resposta às feridas não curadas, tendemos a adotar comportamentos de sobrevivência, chamados na psicologia de máscaras.

  • As feridas geram raciocínios falsos e pensamentos limitantes, que acabam reforçando essas mesmas feridas.

  • As feridas também podem abrir portas para influências demoníacas e opressão.


Assim como o corpo físico pode sofrer com a falta de nutrientes, lesões ou doenças, a alma também pode sofrer com carências, feridas ou enfermidades. No dia a dia, expressões como dor na alma, alma machucada ou alma ferida são usadas para se referir a sofrimentos emocionais profundos, qualquer que seja a causa. Muitas vezes, fala-se em alma machucada quando a ferida foi causada pelas ações, atitudes ou palavras de outras pessoas. A expressão alma ferida aparece mais frequentemente quando a dor está ligada a uma tristeza profunda. Por exemplo, dizemos que uma pessoa que perdeu toda a família está com a alma ferida, enquanto outra, que está indignada por ter sido enganada ou se sente desprezada, pode-se dizer que está com a alma machucada. A expressão alma carente pode ser substituída por alma vazia. Dizemos, por exemplo, de uma pessoa está sem autoestima, ou de uma criança que tem falta de afeto.


A legislação francesa define deficiência como: “qualquer limitação de atividade ou restrição de participação na vida em sociedade, sofrida no seu meio, por uma pessoa devido à alteração substancial, duradoura ou definitiva de uma ou mais funções físicas, sensoriais, mentais, cognitivas ou psíquicas, múltiplas deficiências ou um problema de saúde debilitante.” (Artigo L114 – Código de Ação Social e Família) Por analogia, podemos dizer que uma alma está deficiente quando ela não consegue manifestar (progressivamente) o caráter e os sentimentos de CRISTO, por causa de uma ferida (ofensa ou luto), opressão demoníaca, carência ou raciocínios fora da realidade.


A lesão física é avaliada de acordo com o grau de gravidade, não com a intensidade da dor. Dependendo da severidade, as lesões são classificadas em três grupos:

  • Lesões de primeiro grau: leves, superficiais, ou não graves. Como arranhões, escoriações, cortes pequenos ou queimaduras leves. Há pouco ou nenhum sangramento. A cicatrização é rápida e sem sequelas. As marcas desaparecem com facilidade e muitas vezes não deixam cicatriz. São feridas superficiais e pequenas.

  • Lesões de segundo grau: Estas são mais profundas e dolorosas. Exigem curativos, com ou sem medicação. A dor diminui lentamente. A cicatrização é mais demorada e pode deixar cicatrizes. As terminações nervosas são afetadas, e tanto a epiderme (primeira camada da pele) quanto parte da derme (segunda camada da pele) são danificadas.

  • Lesões de terceiro grau. Podem causar incapacidade permanente ou até a morte. São ferimentos graves com muitas células afetadas. Perda significativa de sangue. As dores são constantes e impedem até o sono. Os curativos e limpezas devem ser frequentes, para evitar infecções, amputações ou até a morte. A pessoa ferida fica imobilizada e se sente esgotada nos primeiros dias ou semanas.

O mesmo acontece com as feridas da alma. Algumas são leves, outras profundas, e outras são muito graves. O que é uma ferida grave para uma criança pode ser igualmente grave para um adulto.




2. Ferida causada pelos outros, por traumas e por si mesmo


A origem é o ponto de partida, enquanto as causas são as circunstâncias que desencadeiam as feridas. A origem das feridas é a queda do ser humano. Isso implica:

  • Separação ou perda de comunhão com DEUS: o ser humano deixou de ter pleno conhecimento da vontade de DEUS que é perfeita e nunca causa danos.

  • A carne ou natureza pecaminosa: a inclinação para o pecado, para rejeitar a vontade de DEUS (nos pensamentos, ações e intenções). Dentro dessa inclinação, está a capacidade ou tendência de ferir voluntária ou involuntariamente e a disposição para ser ferido. Ao comer do fruto proibido, Adão e Eva receberam a natureza do pecado. Eles receberam o conhecimento do bem e do mal, mas sem a capacidade de resistir ao mal e escolher continuamente o bem. Essa é uma das grandes diferenças entre a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal (a árvore da morte).

  • A alma não restaurada ou a não renovação dos pensamentos: quando recebemos JESUS como Salvador e SENHOR, somos transformados progressivamente à imagem de CRISTO (2 Coríntios 3:18). Somos curados das nossas feridas, libertos de jugos espirituais, prisões e fortalezas. Nosso modo de pensar é transformado (1 Coríntios 1:18), passamos a ter os sentimentos e o caráter de CRISTO (o fruto do ESPÍRITO SANTO). Assim, nos tornamos cada vez menos propensos a ferir e, principalmente, a sermos feridos pelos outros. E mesmo se formos feridos de novo, DEUS irá nos curar e nos restaurar.


Podemos ser:

  • Ferido pelos outros: ausência, atitudes, ações, palavras, silêncio, presença, reações, escândalos, ou até situações que podem parecer inofensivas para um adulto, mas que causam dor numa criança. Às vezes, os outros nos ferem de maneira não intencional.

  • Feridos por eventos da vida ou traumatizados por acontecimentos dolorosos: acidentes, tragédias, circunstâncias difíceis, mortes, desastres naturais.

  • Feridos por pensamentos enviados pelo diabo e por demônios: acusações, insultos. Isso se refere àqueles que os adoram, que acreditam ou aceitam suas palavras, e que ignoram ou rejeitam a palavra de DEUS.

  • Feridos por si mesmos:

    • Por ignorância, má interpretação ou interpretação exagerada da vontade de DEUS, ou por orações não respondidas;

    • Por orgulho, ciúmes, raciocínios distorcidos, frustração com fracassos ou metas não alcançadas;

    • Pela interpretação equivocada ou exagerada de uma palavra, atitude, ação ou acontecimento;

    • Por dificuldade em perdoar a si mesmo ou aceitar o perdão de DEUS.


A dor na alma pode ser classificada em sete grupos: rejeição, abandono, não reconhecimento, traição, injustiça, humilhação e abuso. Assim como o corpo físico pode ter muitas feridas, a alma também pode.





3. Feridas: rejeição, abandono e falta de reconhecimento


O abandono e a falta de reconhecimento são formas de rejeição. É por isso que, em contextos cristãos, costuma-se falar de rejeição em vez de abandono ou falta de reconhecimento.


Causas (lista não exaustiva):

  • Sentimento de não pertencer a um grupo com o qual se identifica. Enfatizo: "um grupo com o qual você se identifica" do contrário não se trata de rejeição.

  • Adoção (nacional ou internacional) traumática, mal conduzida ou mal explicada. 

  • Falsos ensinos, pensamentos distorcidos ou entendimentos errados/incompletos da palavra de DEUS, que levam a crer que DEUS rejeita determinadas pessoas ou faz distinção de gênero ou raça.

  • Ensinos sectários sobre autonegação doentia, supremacia racial, ódio ou rejeição ao próximo.

  • Ausência parental na infância (por morte, trabalho, mudanças profissionais, ministérios, obrigações sociais ou políticas etc.).

  • Comparações ou competições familiares tóxicas, que fazem a criança sentir que nunca é boa o bastante, nunca faz o suficiente.

  • Separação conflituosa dos pais (filhos de casais divorciados ou separados).

  • Separação repentina ou não explicada de um membro da família (por morte, abandono, repatriação, prisão, problemas de saúde, vícios, violência doméstica, serviço militar). O ponto não é julgar se a razão é válida ou não, mas entender como a criança (ou adolescente) percebe a situação.

  • Dificuldade de passar pelo luto por causa da morte de alguém querido.

  • Sentimento de abandono após a saída de alguém do convívio familiar (ex.: síndrome do ninho vazio).

  • Falta de comunicação, negação do direito de falar ou se expressar.

  • Falta de apoio ou orientação por parte da família ou de amigos em momentos importantes ou após tragédias. Por exemplo: ausência da família em jogos decisivos; crianças que sofreram agressões (sexuais, verbais, físicas) mas não foram ouvidas por adultos ou irmãos mais velhos.

  • Sentimento real ou percebido de não ser amado por quem está ao redor. Por exemplo: desempenho escolar, aparência física, peso, tatuagens, histórico de vida, dificuldades na fala, ou mesmo pelas circunstâncias da concepção ou adoção.

  • Déficit (real ou percebido) de amor incondicional. Por exemplo: pessoas cercadas de gente que só se interessa pelo seu dinheiro.

  • Falta de reconhecimento (necessidades, qualidades, vitórias, conquistas).

  • Bullying escolar, difamação, zombarias, perseguição, racismo, discriminação por saúde, deficiência (como autismo) ou status social.

  • Sentimento de ser um fardo para os entes queridos (crianças ou adultos com deficiências).

  • Sentimento constante de descompasso intelectual (solidão intelectual) ou emocional. Principalmente crianças superdotadas, irmãos com grande diferença de idade, adolescentes com alto potencial emocional ou intelectual. A discrepância vem do fato de nos sentirmos sozinhos, de não termos hobbies em comum, nem conversas edificantes, e de acharmos os diálogos entediantes. A longo prazo, ou nos sentimos rejeitados por termos a impressão de que o outro não se esforça para nos compreender, ou acabamos rejeitando o outro inconscientemente por não encontrarmos sentido ou por não termos interesse no relacionamento.


Manifestações:

  • Medo de ser rejeitado, abandonado, ignorado ou não celebrado.

  • Falta de autoestima, complexo de inferioridade.

  • Culpar os pais adotivos pela separação dos pais biológicos.

  • Em famílias reconstituídas, acusar o novo cônjuge do pai ou da mãe pelo divórcio.

  • Rejeição de si ou da própria identidade (ex.: despigmentação da pele), imaturidade emocional.

  • Tendência a se diminuir ou se desvalorizar constantemente.

  • Impor papéis às pessoas (ex.: tratar amigos como pais substitutos, declarar-se melhor amigo de alguém sem que isso seja mútuo).

  • Medo de se apegar: isola-se ou exclui os outros, preferindo rejeitar a ser rejeitado.

  • Entrar em relacionamentos por motivos errados (amizades, namoro, casamento), aceitar promoções ou responsabilidades pela razão errada. Por exemplo, por medo de decepcionar, ou tentando compensar a baixa autoestima com a admiração dos outros (elogios, presentes, incentivos).

  • Sentir-se rejeitado quando os amigos não estão disponíveis.

  • Recolhimento, isolamento, baixa autoestima (síndrome do impostor), medo de se expressar, medo de fracassar, complexo de inferioridade e dificuldade em dizer NÃO.

  • Autopiedade, hipersensibilidade às opiniões alheias, ciúmes tóxico, dependência emocional, ou vazio interior (necessidade constante de ser elogiado, incentivado, reconhecido e valorizado pelos outros).

  • Alcoolismo, vício em drogas, perfeccionismo, medo exagerado de riscos ou falta de iniciativa.


Exemplos bíblicos:

  • A rejeição foi a primeira ferida de Adão e Eva ao comerem o fruto proibido (Gênesis 3:6–13). Isso aconteceu muito antes de eles serem expulsos do jardim.

  • O homem que estava há trinta e oito anos deitado junto ao tanque de Betesda (João 5:5–9).

  • JESUS foi rejeitado inúmeras vezes pelos homens (em todos os sentidos) mas Ele nunca foi ferido pela rejeição deles.

    • Como DEUS, Ele não pode ser ferido, pois é perfeitamente e intricadamente Amor, Verdade, Santidade. Ele é Onisciente, Onipresente, Onipotente, Transcendente, Imutável. Ele é autoexistente. Não precisa do homem para existir, se expressar ou se amar. Antes mesmo que o apóstolo Pedro o negasse, JESUS já sabia disso e não se magoou (Lucas 22:32–34).

    • Como homem, JESUS não tinha e nunca terá natureza pecaminosa. A única vez que sua alma foi ferida foi pouco antes de sua morte, quando o PAI se separou dele. Ele clamou: “"Eli, Eli, lama sabachthani?” que significa: “Meu DEUS! Meu DEUS! Por que me abandonaste?” (Mateus 27:46) Ele disse “por que me abandonaste” e não “por que me rejeitaste”, porque DEUS não mente e, portanto, DEUS não rejeita.





4. Feridas: traição, injustiça, humilhação e abuso


É comum que essas feridas sejam precedidas ou acompanhadas por pelo menos uma ferida de rejeição.


Causas (lista não exaustiva):

  • Traições, infidelidade conjugal, lares poligâmicos, humilhações, zombarias, tratamentos injustos.

  • Amargura contra DEUS após uma tragédia.

  • Sentimento de não ter recebido de DEUS aquilo que você merecia.

  • Frustração por uma oração não respondida ou uma resposta demorada.

  • Entendimento errôneo da Palavra sobre o que o perdão é e o que não é acreditando, por exemplo, que perdoar é justificar o mal, que DEUS aprova o mal, ou que o juízo de DEUS é parcial.

  • Abusos ocasionais ou repetidos (ameaças, chantagens, violência verbal, física ou sexual, privação de comida), sofridos por si mesmo, por pessoas amadas ou por um povo com o qual se identifica.

  • Negligência por parte dos pais, da escola ou em casas de repouso.

  • Perseguição, tratamento indigno (humilhação) ou percebido como indigno (por orgulho ou educação) em função de posição social, status, título, circunstância ou relacionamento.

  • Promessas ou compromissos rompidos.

  • Falta de apoio justificada, injustificada (deslealdade, traição), ou percebida como injustificada (por orgulho ou vaidade) pela pessoa ferida. Como DEUS não mente, não acredito em lealdade que vá conscientemente contra os princípios de DEUS.


Manifestações:

  • Medo de ser traído, humilhado, tratado injustamente ou maltratado.

  • Recusar-se a orar ou conversar com DEUS sobre determinado assunto, por acreditar que DEUS não quer agir.

  • Falta de autoestima, complexo de inferioridade.

  • Aceitação de comportamentos violentos por medo de piorar a situação.

  • Raiva quando outros expressam ideias ou preferências diferentes. Dificuldade em distinguir entre ouvir e aprovar, entre respeitar e temer.

  • Desconfiança constante da bondade dos outros: pensar que os outros são bondosos porque querem algo em troca.

  • Incapacidade de reconhecer quando está errado, tendência a manipular os outros, a acusar constantemente e a impor ideias ou opiniões sem diálogo.

  • Perfeccionismo, medo de ficar vulnerável, aversão à trabalho em grupo e mania de desvalorizar os outros.

  • Acreditar que é valorizado mais pelo que faz do que por quem é.

  • Recusar ajuda quando precisa, apenas para não ficar devendo. Reconheço que há situações em que a ajuda deve ser recusada, porque ou é contra a vontade de DEUS, aos valores do Reino ou é mal-intencionada. Sou a favor da autonomia e do desenvolvimento pessoal. Sou autodidata em muitas áreas. Mas, quando uma pessoa sistematicamente recusa ajuda mesmo precisando, é porque ela está ferida é orgulhosa.

  • Autopunição (masoquismo), tendência a infantilizar os outros e desprezar as emoções alheias.

  • Amargura e ciúmes.

  • Incapacidade de confiar.


Exemplos bíblicos:

  • Os filhos de Jacó (irmãos de Diná) diante da atitude do pai de Siquém (Gênesis 34).

  • Absalão, depois que Amnom estuprou Tamar (2 Samuel 13).

  • JESUS foi traído, espancado, humilhado, maltratado e injustiçado, mas nunca foi nem jamais será ferido em sua alma por nada.

    • Como DEUS, Ele não pode ser ferido, pois é perfeitamente e intricadamente Amor, Verdade, Santidade. Ele é Onisciente, Onipresente, Onipotente, Transcendente, Imutável. Ele é autoexistente. Não precisa do homem para existir, se expressar ou se amar.

    • Como homem, JESUS não tinha e nunca terá natureza pecaminosa. A única vez em que sua alma foi ferida foi pouco antes da sua morte, quando o PAI se separou dele. Ele clamou: “"Eli, Eli, lama sabachthani?” que significa: “Meu DEUS! Meu DEUS! Por que me abandonaste?” (Mateus 27:46) JESUS nunca pecou e jamais pecará. Ele carregou os nossos pecados (1 Pedro 2:24, 2 Coríntios 5:21) para que fossemos justificados.




5. Feridas e temperamentos: evite os extremos e não tire conclusões precipitadas


Somos mais ou menos resistentes a certas doenças físicas, dependendo dos nossos genes, tipo sanguíneo, ambiente, hábitos (alimentação, descanso, exercício, estilo de vida) e da forma como lidamos com nossas emoções e sentimentos. Da mesma forma o temperamento, a compreensão da Palavra, a educação, as sensibilidades (afetividade, empatia, sensibilidade espiritual), o ambiente cultural e social, podem nos expor, em maior ou menor grau, a certas feridas da alma.


No entanto, é importante evitar os extremos e as conclusões precipitadas. Só porque uma pessoa introvertida é menos expressiva do que uma extrovertida ou se mantém mais distante do grupo, não significa que ela sofra rejeição. Talvez ela tenha outras prioridades, não compartilhe dos mesmos interesses ou simplesmente se sinta desconfortável com os hábitos daquele grupo. Pode ser também que aquele grupo seja má companhia. Da mesma forma, não é porque uma pessoa extrovertida é mais expressiva que se deve automaticamente concluir que ela tem dependência emocional. E não é porque alguém age com bondade que isso significa que está apaixonado ou tem segundas intenções.


Bondade não é sinônimo de intimidade; familiaridade não é o mesmo que excessos; e um tratamento formal não significa condescendência (ou desprezo). Sei que o uso do “tu” ou do “você” varia de cultura para cultura. Não incentivo a familiaridade equivocada nem a intimidade não autorizada. Mas ouso acreditar que, como cristãos, entendemos que a essência é mais importante do que a forma. Somos embaixadores de CRISTO dentro das nossas culturas e não representantes das nossas culturas dentro do Reino.


A personalidade é composta por dois elementos: temperamento (inato) e caráter (adquirido). O temperamento é dado por DEUS no nascimento (introvertido ou extrovertido). Costuma ser classificado em quatro grupos, conforme o modelo DISC. Dominante, Influente, Estável e Cauteloso. Já o caráter reflete o estado da alma. É a medida em que a alma manifesta o fruto do ESPÍRITO descrito em Gálatas 5:22-23 (amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio). Não existe temperamento ruim, mas existe mau caráter. O caráter não é inato, é adquirido. Ele é formado por aprendizado social (modelos familiares, amizades, cultura), aprendizado cognitivo (ensinos, experiências, história) e por crenças (fé e ideais). Às vezes, por causa de uma ferida, doença psiquiátrica ou influência demoníaca, as pessoas passam a agir de forma oposta ao seu temperamento. Mas quando o demônio é expulso e a alma é restaurada, o verdadeiro temperamento volta a se manifestar.




6. Feridas não são desculpas para ferir os outros (estar ferido não te isenta de responsabilidade)


❖ Contudo, se um justo se desviar da sua justiça e cometer pecado e as mesmas práticas detestáveis dos ímpios, deverá ele viver? Nenhum dos seus atos de justiça será lembrado! Por causa da infidelidade de que é culpado e dos pecados que cometeu, ele morrerá. (Ezequiel 18:24, NVI)


Não se despreza o ladrão quando, faminto, rouba para matar a fome. Pois este, ao ser apanhado, pagará sete vezes tanto; entregará todos os bens de sua casa. (Provérbios 6:30-31, NAA)


 Amados, nunca procurem vingar‑se, mas deixem com DEUS a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei”, diz o Senhor. (Romanos 12:19, NVI)


 Pois todos nós devemos comparecer diante do tribunal de CRISTO, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer boas, quer más. (2 Coríntios 5:10, NVI)




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Algumas pessoas agem como se o fato de terem sido feridas lhes desse o direito de ferir os outros. São amargas, desconfiadas, vivem com medo de serem machucadas ou traídas novamente.


Elas dizem coisas como: "Estou falando com dureza porque quero que você entenda e evolua logo. Entendo que a piada foi de mau gosto, mas não era para você pessoalmente. Em vez de ficar comentando sobre meu comportamento (caráter), você deveria crucificar tua carne. Já me traíram e não quero que isso se repita."


E há exemplos ainda mais comuns, como pais que falam mal dos sogros, dos ex-cônjuges ou da etnia do parceiro; tudo isso na frente dos filhos.


Esses exemplos são do dia a dia, mas atitudes semelhantes também aparecem dentro do Corpo de CRISTO. Pregadores que, por não saberem distinguir religião, fanatismo, identidade e cultura, acabam falando qualquer coisa sobre africanos, asiáticos, brancos, negros, árabes, palestinos, israelenses, judeus e muçulmanos.  Prudente é aquele que toma cuidado para não errar e não age com pressa.  Desconfiado é aquele que tem uma opinião negativa sobre o outro sem consultar o ESPÍRITO SANTO, sem provas e sem motivo. Sábio é aquele que discerne o mal e se afasta dele.


Você daria permissão para alguém roubar só porque essa pessoa já foi roubada? Claro que não.  Assim como perdoar não significa aprovar o mal, estar ferido não é desculpa para fazer o mal. Em qualquer circunstância, DEUS sempre escolhe o Amor, a Verdade e a Santidade. Ele não age com os métodos do inimigo.  Nós erramos, podemos errar e, com certeza, ainda erraremos. Mas há uma grande diferença entre estar disposto a melhorar e simplesmente se recusar a mudar. Não mentir, não roubar, não matar, honrar, ser bondoso e se afastar de más companhias são mandamentos, não sugestões.  DEUS não normaliza o que é disfuncional; Ele conserta.



7. Pergunte ao ESPÍRITO SANTO


❖ (Isaías 1:6, BKJ) "Desde a sola do pé até a cabeça não há solidez nele, porém feridas, hematomas e chagas putrefantes. Elas não têm sido espremidas nem atadas, nem amolecidas com unguento."


❖ (Salmos 147:3, BKJ): “Ele sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas.


🙂 O seu caráter reflete CRISTO ou as suas feridas? Você está realizado, feliz e em paz no seu relacionamento com DEUS? Não estou perguntando se sua vida está perfeita, se todas as suas orações foram atendidas, se você está cumprindo seu destino ou se está obedecendo aos Dez Mandamentos. Repito a pergunta: você está realizado, feliz e em paz no seu relacionamento com DEUS? Até que ponto você confia em DEUS? Existe algo pelo qual você tem dificuldade de agradecer? Você está amargurado, ressentido ou triste com DEUS?


🙂 Ter uma boa autoestima é importante. Mas ser estimado por DEUS é muito melhor. Autoestima é o valor que você atribui a si mesmo.  Mas ser estimado por DEUS é o valor que DEUS te dá. A autoestima verdadeira não precisa diminuir os outros para se valorizar.  A estima vinda de DEUS não depende de vitórias ou da aprovação alheia para se afirmar. Onde você está nisso tudo? Você está se punindo, se culpando, se condenando, planejando a própria morte, ou se matando aos poucos? Seus relacionamentos são motivados por amor, por um desejo sincero de ser como CRISTO e fazer o bem aos outros, ou são movidos pelo medo de ser ferido?


Não responda essas perguntas com pressa. Pergunte ao ESPÍRITO SANTO primeiro. Ele te conhece melhor do que você conhece a si mesmo. Ele sabe se sua alma está ferida neste exato momento. Se estiver, Ele sabe exatamente onde está a ferida. A alma é A alma é o centro da vontade, das emoções, dos sentimentos e da reflexão. Uma ferida afeta pelo menos uma dessas áreas. O ESPÍRITO SANTO sabe discernir se sua ferida está aberta ou se é apenas uma contusão (uma ferida sem gravidade aparente, causada por impacto, sem rompimento da pele).  Ele sabe se essa ferida afeta seu movimento, seu pensamento, seus sentimentos ou seu relacionamento (com Ele com você mesmo ou com os outros). Ele sabe se você precisa de óleo, de uma faixa ou de um curativo. Ele sabe do que você precisa para ser curado, e como pode te usar para curar alguém. Ele sabe do que você precisa se libertar, o que você precisa abandonar, ou confrontar para se tornar a melhor versão de si mesmo 🙂 Receba a assistência do ESPÍRITO SANTO. Seja abençoado e curado.




** Shalom alekhem (שָׁלוֹם עֲלֵיכֶם ) = saudação em hebraico que significa paz sobre você.



Sugestões (lista não exaustiva):


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© 2020 Simone-Christelle (Simtelle) NgoMakon 

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