ô zong-tî bênção! Nǐ hǎo (你好) testemunho de bondade! Que o SENHOR levante a tua cabeça e abençoe a tua casa. Que a sua bênção se estenda aos filhos dos seus filhos. Que se diga de sua casa: "Aqui nasceram rainhas. Aqui Sephora tem irmãs, Deborah tem filhas, Júnias tem filhos e Apphia tem amigos." Com certeza a amada Dores é uma delas. Ela é brilhante, discreta e comprometida com o Evangelho. Diariamente, ela assume desafios e contribui para a expansão do Reino.
" Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais." (Jeremias 29:11)
** Bom dia Dores, poderia se apresentar?
Shalom, Simone-Christelle. O meu primeiro nome é Dores. Sou filha de DEUS, esposa e mãe de uma menina de 6 anos chamada Chloe. Eu nasci e cresci nos Camarões. Atualmente moro em Nice, no sul da França. Diariamente, sou engenheira civil e gestora de projetos na área da construção (construção e reabilitação). A minha igreja local é a Imagin, sou membro da Messages de Vie France, e neste momento responsável pela Europa da ONG Père des orphelins (Pai dos Órfãos) com sede na Costa do Marfim.
** A engenharia civil tem fama de ser um ambiente bastante masculino (risos). Isso é verdade?
(Risos) Estou acostumada a ouvir essa pergunta. Comecei os meus estudos em engenharia civil nos Camarões, na Escola Politécnica de Yaoundé. Eu era a única mulher da minha turma. Cheguei à França em 2005, a preparar um duplo mestrado em engenharia civil. Estava longe da paridade, mas éramos suficientes para não ter a impressão de estar num ambiente masculino. Durante o MBA em Gestão, havia tantas mulheres quanto homens. Porém, os meus colegas são praticamente todos homens.
** Como é que conheceu o SENHOR?
Eu nasci numa família cristã. Sempre soube que DEUS existe, mas não tinha um relacionamento real com Ele. Fizesse chuva ou sol, aos domingos de manhã íamos à igreja. A minha mãe dava’nos uma mesada ou dinheiro para recreação, como dizemos nos Camarões, depois do culto. Quem faltou ao serviço ou chegou atrasado não ganhou nada. Ela ensinava na nossa escola. Antes de sair de casa, ela dava a cada um uma quantia para colocar na cesta de dízimos e ofertas. Do seu assento como membro do coro ou presbítero (o equivalente a um diácono ou líder noutras denominações), ela verificava se havíamos mesmo depositar os dízimos e ofertas. Se estivéssemos sentados no fundo da sala, isso queria dizer que estávamos atrasados, portanto, sem mesada. Ia ao culto todos os domingos, evitava pecar, e dava dízimos e ofertas.
** Não consigo deixar de sorrir enquanto a oiço. Deixo-a continuar.
Na escola secundária, um colega uma vez disse-me que ir à igreja não me tornava um cristão porque eu não tinha um relacionamento real com DEUS. Ele era meu parceiro. Ele frequentemente me convidava para reuniões de jovens organizadas pelo Campus e GBEEC (Groupe Biblique des Elèves et Etudiants du Cameroun), uma associação filha da IFES (International Fellowship of Evangelical Students). Ao seguir os ensinamentos, percebi que ele estava certo. Um dia, atendi ao chamado para a salvação. Entrei no grupo de jovens da minha escola. Aqueles foram os meus melhores anos. Estar em comunhão fraterna com os alunos e graduados da sua escola é extraordinário. Fazíamos quase tudo juntos: meditar, estudar, rever a matéria (antes das provas) e evangelizar. Estávamos cercados por ex-alunos que regularmente nos exortavam e aconselhavam. Dava para ver que eles viviam o que pregavam. Eles não eram pregadores, mas os seus conselhos tinham peso. Eles eram verdadeiros mentores.
** Glória a Deus! Um dos meus tios trabalha para IFES e GBEEC. Vou passar este testemunho para ele. Falemos um pouco sobre a sua carreira, como é que se tornou gestora de projectos?
Fui recrutada pela empresa onde estava a fazer o meu estágio de fim de curso. Sempre quis ser gestora de projetos. Seguindo o conselho do meu supervisor, comecei como engenheira de obras júnior. O meu primeiro projeto foi um edifício de laboratório. Essa obra durou quatro anos. Quatro anos durante os quais aprendi a adaptar-me constantemente. Há coisas que não se pode antecipar. As soluções técnicas apresentadas na fase de projeto vão sempre ter de ser ajustadas, reavaliadas e por vezes modificadas na fase de implementação.
Então, enquanto esperava por um novo projecto, trabalhei nas tarefas do escritório de design: planeamento, custos e procurement. Depois mudei para um projeto de restauração e elevação de um edifício histórico. Eu era a supervisora da obra. Ao mesmo tempo, preparava o meu MBA em aulas noturnas, financiadas pelo meu empregador ao longo de dois anos. Além das competências técnicas, tive de compreender os papéis, preocupações e constrangimentos das várias pessoas envolvidas num projeto. E no geral, para perceber como funciona uma empresa. Tive cursos de finanças, estratégia de negócios e muitas outras disciplinas. Indiretamente, aproveitei para desenvolver o meu projeto. Após meu MBA, fui promovida a gestora de projectos, a trabalhar em projetos de design e implementação.
O meu marido perdeu o emprego na região de Paris e mudou-se para o sul, onde encontrou um emprego. Decidimos esperar um ano antes de me juntar a ele. Ou ele conseguia um emprego na região de Paris ou, após o período de experiência, pedia uma transferência para acompanhá-lo. Nesse périodo, ia sempre que possível ao Sul: fins de semana, feriados, etc. Trabalhava com um grupo grande e estava muito feliz com o meu trabalho. Eu trabalhava numa grande empresa, conhecida na França e internacionalmente. Eu gostava do meu trabalho, mas no Sul não havia vaga para o meu perfil. Uma nova posição estava a ser discutida, mas não atendeia às minhas expectativas. Eu tive que procurar noutro lugar.
Pela misericórdia de DEUS, fui recrutada por outra empresa, tão conhecido quanto a primeiroa. No entanto, a cultura corporativa era totalmente diferente. Totalmente diferente. Saí de um grupo organizado com subgrupos autónomos, onde as decisões são tomadas de forma colaborativa, para um grupo com procedimentos altamente formalizados e organizados em centros de expertise. Os dois modelos são igualmente eficazes, mas a transição pode ser difícil. Foi uma luta no começo, mas o Senhor me ajudou. Durante três anos, trabalhei em Nice e Marselha. Entrei para a equipa de um gestor de projectos maravilhoso. Ele foi um mentor e formador. Eu aprendi muito com ele. Trabalhei em diferentes fases e projetos completamente diferentes do que eu conhecia antes.
** Incluindo os meus estágios, até o momento trabalhei em mais de sete empresas (Camarões e França). De fato, as transições (cultura da empresa e estilo de liderança) podem ser difíceis. Hoje trabalha como autónoma. Como é que aconteceu?
No verão de 2019, quando tudo parece correr bem, sou convocada para a gestão regional. Viajei na semana seguinte a espera de receber uma promoção. Para minha grande surpresa, o meu empregador anuncia a sua intenção de me demitir por "Conduta imprópria grave". Tive duas semanas para me preparar para a entrevista preliminar (processo legal na França). Francamente, naquela época, não vi isso como uma oportunidade. Mantive a calma na frente dos meus entrevistadores, mas por dentro estava perturbada. Do aeroporto, liguei para o meu gestor a perguntar se havia alguma coisa pela qual eu pudesse ser responsabilizada. Achei que talvez tivesse cometido um erro e ninguém ousou dizer isso na minha cara. Para minha surpresa, ele não sabia que um processo de demissão estava em andamento. Ele ficou chateado quando soube da notícia. Como alguém poderia pensar em demitir um membro de sua equipa sem o seu consentimento, sem avisá-lo e principalmente no meio de um projeto.
Surpreendentemente, uma semana antes, um pastor disse-me que eu seria demitida. Ele disse-me para confiar no Senhor e manter a calma. Jejuei e orei a semana toda; não para ouvir a DEUS, mas para reverter esta profecia. Mas assim que entrei na recepção do escritório regional, soube que receberia más notícias. De volta para casa, continuei pedindo a DEUS. "Porque é que permites que isto aconteça comigo? Porquê agora? O que vais ser de mim? Como vou cuidar da minha filha? O que devo fazer agora?" No meio do meu questionamento, a ideia de um negócio próprio me veio à mente. Foi a resposta de DEUS. Eu tinha planos de empreendedorismo, mas era para projetos a longo prazo nos Camarões. Montar o meu próprio negócio nunca foi uma opção até então.
Comecei a pensar sobre que tipos de missões poderiam oferecer. Às vezes trabalhei com escritórios de design. Eu conhecia as missões que eles ofereciam e quais eram as que as grandes empresas estavam terceirizando. Ao avaliar as minhas habilidades, percebi que também poderia oferecê-las. Eu poderia recusar na missão os cargos que eu ocupava: gestora de projectos, planeamento, orçamentos, estudos preliminares, execução, etc. Não sou vendedora. Não sei como convencer. A Sua resposta foi imediata: "Eu cuido das vendas". Naquele momento tive paz no coração, o testemunho interior que confirmava que não tinha com o que me preocupar.
Em minha defesa, eu tinha uma ficha sólida, demonstrando claramente que não havia cometido nenhuma falta profissional. O meu arquivo era tão bom que eu poderia ter apresentado uma queixa contra o meu empregador. Os representantes da equipa diziam-me que eu poderia receber dez vezes mais do que a minha indeminização por demissão. Porque de facto não havia nada que me censurasse. Pelo contrário, o meu trabalho sempre foi apreciado. Após investigação, o verdadeiro motivo foi financeiro. A subsidiária para a qual fui destacada havia acabado de perder alguns contratos importantes. Algumas pessoas achavam que precisavam parar o mais rápido possível para economizar dinheiro. A demissão por motivos financeitos é altamente regulamentada na França. Para poder recorrer a ela, o empregador deve respeitar um procedimento e um certo número de condições. Não foi o caso do meu empregador... Eu era simplesmente a primeira da lista, aquela pessoa que eles consideravam 'isto vai ser fácil e rápido'. Era a gestora de projetos mais nova em regime de secondment e, sobretudo, a última a entrar na sucursal.
Eu poderia ter saído sem aviso prévio. Mas por consciência profissional e em reconhecimento ao meu gestor (que me formou), fiquei até ao último dia. De qualquer forma, o cargo que ocupei não poderia ser substituído tão cedo e a equipa já estava com falta de pessoal. Eu teria colocado a equipa em apuros se tivesse saído no mesmo dia. Ninguém se torna num gestor de projectos num dia e nem deixa de assumir o projeto da noite para o dia.
Durante esse período, o meu empregador quis reverter a sua decisão e fez-me uma oferta de emprego. Mas eu recusei. O meu tempo com a empresa tinha acabado e DEUS tinha outros planos para mim. Dei um salto de fé e disse ao SENHOR que não tinha medo de perder. Paguei as mensalidades escolares de seis crianças numa escola pública nos Camarões. Comecei o meu próprio negócio assim que saí. Não precisei de procurar clientes. Assim que deixei o meu empregador, já tinha clientes e ofertas de emprego. O meu gestor recomendou-me para o seu catálogo de endereços. Se DEUS não me tivesse pedido para começar o meu próprio negócio, eu teria entrado para outro grupo. Hoje, administro o meu tempo com mais liberdade, ganho muito mais do que antes e, apesar da minha agenda lotada, trabalho na Messages de Vie France.
**Uau, obrigado SENHOR por este testemunho. Que conselho dá a quem quer iniciar projetos ou acabou de perder o emprego?
• Deixe DEUS guiá-lo e discernir em que estação você está. Algo pode ser um oásis numa estação da sua vida e ser uma casa de Potifar na próxima. Quando chegar o fim de algo, siga em frente.
• Forme-se e cuide das suas relações profissionais. As pessoas podem gostar de si, mas se você não for competente, não lhe irão dar tarefas interessantes. Não me tornei gestora de projectos porque os meus gestores gostaram de mim. Mas ganhei tempo porque tive um bom relacionamento com bons gerstores. Tenho visibilidade até 2024. Ainda estou a formar-me. Não faz muito tempo, fiz um curso de gestão de riscos.
• Não negligencie o seu relacionamento (casamento) por causa da sua carreira profissional, mas também não use isso como desculpa para não servir ao SENHOR. Busque equilíbrio.
** Algumas palavras sobre Message de Vie e Père des Orphelins?
A Messages de Vie (Mensagens de Vida) é um ministério inter-igrejas que trabalha para espalhar o evangelho por todas as nações. Père des Orphelins (Pai dos Órfãos) é o ramo do ministério que apoia as viúvas e cuida dos órfãos.
** Qual foi o último livro que leu?
12 Portões de Influência para Transformar uma Nação, do Pastor Mohammed Sanogo.
Obrigado Dores. Obrigado pela sua disponibilidade e pelo seu comprometimento. Há muitas lições a serem aprendidas com o seu testemunho. Recordamos que antes de sermos “empreendedores”, às vezes teremos que aprender com os “intraempreendedores”: os “outros” de Lucas 16:12. Então devemos aprender a dizer "não" às propostas dos homens para aproveitar as bênçãos de DEUS. Nenhuma experiência é em vão e como o Apóstolo Paulo “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Romanos 8:28). Que o Senhor a aprimore ainda mais, que Ele lhe conceda formar muitos e que possa completar a Sua obra em si.
Merci Dores. Merci pour ta disponibilité et ton engagement. Il y a beaucoup de leçons à tirer de ton témoignage. Nous retenons qu'avant d'être "entrepreneurs", il nous faudra parfois, nous former auprès des "intrapreneurs" : des "autrui" du verset Luc 16:12. Ensuite qu'il nous faudra apprendre à dire "Non" aux propositions des hommes pour saisir la bénédictions de DIEU. Aucune expérience n'est vaine et comme l'Apôtre Paul "nous savons, du reste, que toutes choses concourent au bien de ceux qui aiment Dieu, de ceux qui sont appelés selon son dessein." (Romains 8:28). Que le SEIGNEUR t'équipe davantage, qu'Il t'accorde de former plusieurs et achève son œuvre en toi.
** ô zong-tî = Bom dia em Dschang (Camarões)
** Nǐ hǎo (你好) = Bom dia em chinês
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